Numa altura em que a Internet pouco mais continha que imagens e texto e o audiovisual era remetido para a TV, três empregados do Paypal decidiram criar um website que viria em pouco tempo a tonar-se numa empresa multimilionária e na maior plataforma online de partilha de vídeo.

 

2.1 Antes do YouTube

 

Nos anos 90 começam os primeiros streams de musica e vídeo. Em 1996 a Microsoft lança o ActiveMovie, um media player que também permitia streaming. Capacidade que era bastante limitada pelas ligações dial-up de 56k da altura. Mais tarde também a Apple e o RealPlayer lançam produtos semelhantes. A inexistência de um formato predominante leva os utilizadores a ter constantemente de descarregar aplicações de streaming, até que em 2002 se massificou a utilização do Adobe Flash. Mais tarde com a expansão da internet de banda-larga, que permitia maior velocidade de download, o video sharing ganha popularidade sem que existisse ainda monopólio por parte de um website. [1]

 

2.2 A ideia e o começo

 

Em entrevista ao jornal USA today [2], Jawed Karim afirma que a ideia surgiu da sua parte quando no final de 2004 ao procurar vídeos do escândalo nipplegate no intervalo do Super Bowl e do tsunami da Indonésia, que segundo ele eram difíceis de encontrar online. De acordo com os relatos, Karim, em conjunto com Chad Hurley e Steve Chen, começaram os trabalhos depois de um jantar em São Francisco. No dia 14 de fevereiro 2005 o domínio www.youtube.com é ativado. Dois meses depois é lançada a opção de a funcionalidade de upload. O primeiro vídeo carregado era intitulado Me at the zoo, um vídeo de 19 segundos, em aparecia Jawed Karim no zoo de San Diego. Começou com dinheiro investido pelos próprios fundadores, até que em novembro de 2005 a firma de capital de risco Sequoia Capital começou a investir o seu dinheiro e recursos humanos no YouTube. Em setembro desse ano, um vídeo da Nike com o futebolista Ronaldinho a exibir a sua pontaria de remate, torna-se o primeiro a ultrapassar o milhão de visualizações. [3]

 

2.3 Entrada em cena da Google

 

No verão de 2006, o YouTube era um dos websites de crescimento mais rápido, com cerca de 20 milhões de acessos mensais e grande popularidade entre os mais jovens. Cenário que fez com que em outubro desse ano a Google adquirisse a empresa por 1650 milhões de dólares, ficando as duas empresas a funcionar de forma independente. A Google classificou o negócio como “o próximo passo para a evolução da internet”. [3]

 

2.3 Crescimento

 

Em 2007 o YouTube já consumia tanta largura de banda como toda a internet no ano 2000 e a estratégia da empresa parece virar-se para quem produz conteúdo. Nesse ano, é lançado o programa YouTube Partner em que os youtubers não só passam a ser remunerados, como também lhes são fornecidas ferramentas para que produzam melhor conteúdo. São ainda criados os Youtube Awards que anualmente, premeiam os melhores vídeos do ano anterior, por votação da comunidade do YouTube. Em 2007 são ainda lançadas versões em idiomas que não o inglês. [3]

 

Em 2009 a alta definição chega ao YouTube e é lançada a VEVO, um empreendimento conjunto formado por algumas das principais discográficas a nível mundial redifundido no YouTube. Em 2010 o YouTube já estava numa média de mais de 2 mil milhões de visualizações diárias, tendo 43% do mercado de vídeo sharing. Neste ano Chad Hurley deixou o posto de CEO tomando um cargo de concelhia. [3]

 

Em 2012 cerca de 60 horas de novos vídeos eram carregadas a cada minuto, com 800 milhões de utilizadores distintos a cada mês. Pela primeira vez o YouTube transmite um debate das presidenciais americanas e em dezembro desse ano, o vídeo do tema Gangnam Style torna-se o primeiro a passar o milhar de milhão de visualizações. Vídeo esse, que em dezembro de 2014, viria a passar o limite do contador de visualizações de 32 bits (mais de 2 mil milhões). O contador é agora de 64 bits. [3]